A princípio, o termo “alienação fiduciária” pode até parecer complicado, mas o significado é mais simples do que parece. E se você está pensando em financiar um imóvel, entender isso é essencial. Afinal, essa é uma das formas mais comuns de garantir um contrato de financiamento no Brasil e está presente na maioria dos contratos imobiliários feitos com bancos. Saber o que ela significa, como funciona na prática e quais são seus efeitos pode evitar muitas dúvidas e dores de cabeça no futuro.
Neste artigo, vamos explicar com uma linguagem simples o que é alienação fiduciária, como ela funciona no dia a dia, o que diz a lei e quais são os direitos e deveres de quem financia um bem com esse tipo de garantia.
Significado de alienação fiduciária
Alienação fiduciária é o nome dado a um tipo de garantia usada em financiamentos. Ela funciona assim: quando você compra um imóvel financiado, o próprio imóvel serve como garantia de que você vai pagar o que deve.
Isso significa que, enquanto a dívida estiver em aberto, o imóvel fica em nome do banco (ou instituição financeira) e do comprador ao mesmo tempo. O comprador pode usar, morar e até reformar o imóvel normalmente, mas só se torna dono definitivo depois de quitar todas as parcelas.
Esse é um modelo muito comum no Brasil porque facilita a concessão de crédito imobiliário e, em muitos casos, ajuda o comprador a conseguir melhores taxas.
Como funciona a alienação fiduciária?
Na prática, a alienação fiduciária funciona como um acordo entre quem está comprando e quem está emprestando o dinheiro (normalmente, um banco). O imóvel comprado entra como garantia do pagamento.
Veja um exemplo prático:
Se você atrasar os pagamentos e não regularizar a situação, o banco pode retomar o imóvel e levá-lo a leilão sem precisar entrar na Justiça — o que torna esse tipo de garantia mais seguro para quem empresta o dinheiro.
Quem paga a alienação fiduciária?
O comprador é quem paga todas as parcelas do financiamento e, portanto, também assume todos os custos relacionados à alienação fiduciária. Isso inclui o registro em cartório e, claro, as obrigações mensais.
Quanto tempo dura uma alienação fiduciária?
A alienação fiduciária dura até que a dívida seja quitada. Ou seja, assim que o financiamento é pago, o comprador pode solicitar o cancelamento da alienação e a transferência definitiva da propriedade para seu nome exclusivo.
O que diz a legislação sobre alienação fiduciária?
A alienação fiduciária de imóveis é regulamentada pela Lei nº 9.514/1997, que define os papéis do comprador (chamado de fiduciante) e do banco (chamado de fiduciário). Apesar da linguagem formal da lei, a gente traduziu os principais pontos pra você:
Ou seja, a lei garante segurança para quem empresta, mas também estabelece regras claras para proteger o comprador e orientar o processo em caso de inadimplência.
Hipoteca e alienação fiduciária são a mesma coisa?
Não, hipoteca e alienação fiduciária não são a mesma coisa. Apesar de ambas envolverem o uso de um bem como garantia, elas têm diferenças importantes.
Na hipoteca, o imóvel continua no nome do devedor durante todo o financiamento. Já na alienação fiduciária, o imóvel é registrado no nome do banco até o pagamento total.
Além disso, a retomada do bem em caso de dívida é mais fácil na alienação fiduciária, porque dispensa processo judicial. Por isso, ela substituiu a hipoteca em boa parte dos contratos atuais.
Bem com alienação fiduciária pode ser penhorado?
Sim, mas apenas em caso de inadimplência.
Se o comprador deixar de pagar, o banco pode iniciar um processo extrajudicial, notificando o devedor oficialmente. Depois de 15 dias sem quitação, o imóvel pode ir a leilão.
Vantagens e desvantagens da alienação fiduciária
A alienação fiduciária oferece benefícios tanto para quem compra quanto para quem empresta. Mas também tem pontos de atenção.
Esses são os benefícios da alienação fiduciária:
Por outro lado, essas são as desvantagens:
Perguntas frequentes sobre alienação fiduciária
Muita gente ainda tem dúvidas sobre o que pode ou não fazer com um imóvel alienado. Abaixo, respondemos de forma objetiva às perguntas mais comuns sobre alienação fiduciária!
Alienação fiduciária é um direito real?
Sim. Ela garante ao credor o direito real sobre o imóvel enquanto a dívida estiver em aberto, ou seja, o banco pode retomar o bem se o pagamento não for feito, sem precisar recorrer à Justiça.
O que é propriedade fiduciária?
É a situação em que o banco é o proprietário legal do imóvel até que o comprador termine de pagar o financiamento.
Posso transferir o imóvel alienado para outra pessoa?
Sim, mas só com autorização do banco. A nova pessoa, então, precisa assumir a dívida ou pagar o valor total restante.
Posso vender um imóvel com alienação fiduciária?
Pode, desde que o banco aprove a operação. Parte do valor da venda será usado para quitar a dívida.
Minha moradia pode ser tomada?
Se houver inadimplência e a dívida não for regularizada após a notificação oficial, sim — o imóvel pode ser retomado e leiloado.
O que acontece se o devedor morrer?
A dívida continua valendo. Os herdeiros podem assumir o pagamento ou o banco pode executar a garantia e retomar o bem, caso não haja quitação.
Entenda seus direitos e escolha com mais segurança
A alienação fiduciária pode parecer complexa à primeira vista, mas é, na verdade, uma solução prática para garantir o pagamento de financiamentos, tanto para quem compra quanto para quem empresta.
Com ela, o banco tem segurança para oferecer crédito e o comprador pode negociar condições melhores. O segredo está em entender como funciona e ler com atenção o contrato.
FONTE: https://www.vivareal.com.br/blog/
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