A XP Asset vai lançar no ano que vem um fundo de R$ 500 milhões para desenvolver projetos imobiliários pensando no lucro com a venda futura dos empreendimentos, numa estratégia que se assemelha à atividade de incorporação. O mercado de tijolos, aliás, vem ganhando um peso cada vez maior na gestora, que acumula um total de R$ 13 bilhões em ativos imobiliários sob gestão espalhados por 16 fundos, entre eles o XP Malls e o XP Log, bastante populares na Bolsa.
Objetivo é desenvolver projetos e lucrar com a venda futura dos empreendimentos.
O 17º fundo imobiliário da XP trará uma mudança de conceito importante ao apostar na incorporação para venda, enquanto a maioria dos investidores do setor prioriza a chamada “renda recorrente”, isto é, o recebimento dos dividendos mensais originados na locação de lajes corporativas, galpões e pontos comerciais de shoppings. Na incorporação, o retorno é concentrado na hora da venda dos empreendimentos, algo que não tem um prazo exato para acontecer, afinal, depende de achar compradores dispostos a pagar o preço certo.
Gestora tem três fundos menores com proposta semelhante:
Essa tese de investimento já vinha sendo testada pela XP nos últimos dois anos por meio de três fundos menores que, juntos, totalizaram cerca de R$ 360 milhões em aportes. Um deles foi destinado à construção de galpões logísticos em parceria com a norte-americana Exeter, uma das maiores operadoras globais do segmento. Os ativos já estão na fase de venda. O primeiro foi um galpão em Jandira (SP) vendido para a Yamaha com retorno na faixa de 19% (o equivalente a 160% do CDI).
Outro fundo teve parceria com a Ideia!Zarvos, incorporadora de arquitetura autoral, para lançar três prédios residenciais nos bairros nobres de Vila Madalena e Pinheiros, na capital paulista. O terceiro teve parceria da JHSF para o lançamento das unidades do hotel Fasano de Nova York e Miami.
Recursos serão destinados a galpões, residências e revitalização:
A nova tacada de meio bilhão de reais planeja consolidar e aprimorar os investimentos nesses setores. Os recursos irão para investimentos em galpões em praças menos concorridas que São Paulo; novos projetos residenciais com plantas de dois e três quartos em bairros nobres da capital paulista; e a reforma e revitalização de prédios antigos para uso comercial ou residencial. Todos devem ter como parceiras incorporadoras com experiência nos setores.
O horizonte de duração do superfundo de incorporação é de oito anos, sendo que os primeiros anos serão de queima de caixa. O retorno está previsto para começar a partir do quinto ano, quando os primeiros ativos serão colocados à venda. A princípio, a XP pensa numa oferta apenas para investidores qualificados.
À frente dessa jornada estão o gestor de negócios imobiliários da XP Asset, Pedro Carraz, e o gestor de fundos de desenvolvimento, Gabriel Paz. Eles dizem que o momento de juros altos e de incertezas da economia brasileira representam a chance perfeita para os “investimentos anticíclicos”. Quer dizer: comprar terrenos e outros ativos na baixa na expectativa de lucrar na alta.
Fonte: Estadão
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